Sempre achei que uma casa com vistas amplas — daquelas de revista, com horizonte infinito e mar de fundo — seria o auge do bom viver. Vista de rico, pensei eu.
A minha? Um telhado de curral. Logo ali, do outro lado da estrada. Atrás dele, umas hortas maltratadas pela pouca gente que ainda insiste em cá ficar.
Mas este telhado tem história: foi levantado por mim, pelo meu irmão, pelo meu pai e pelo meu padrinho. Telha a telha, martelada a martelada. E, por isso, esta vista, por mais humilde que seja, carrega um valor que as panorâmicas de postal nunca terão.
É tolo? É parolo? Talvez. Mas é meu — e, para mim, isso basta!
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