domingo, 12 de janeiro de 2025

Paradoxal Aparência da Inteligência

Ainda sou do tempo em que usar óculos era quase um crachá de inteligência. Era simples: armações grossas, lentes discretas, e pronto — tinhas "cara de quem sabe". Um estereótipo básico, é certo, mas que, na escola, servia para catalogar cabeças pensantes com a rapidez de quem preenche um teste de escolha múltipla.  

Hoje, tudo mudou. Inteligência deixou de ter um "look" óbvio e assumiu um estado quase quântico: impossível de prever até a pessoa abrir a boca ou o código-fonte. É como se o velho padrão se dissolvesse num infinito de possibilidades — e de surpresas. Afinal, nem o sotaque, nem o vestuário, nem os adereços te dizem quem realmente entende do que fala.  

A verdade é que aparência nunca foi sinónimo de essência. E se a inteligência já não cabe numa fórmula, que bom é deixarmos de tentar encaixá-la numa moldura. O mundo, por mais caótico que seja, ganha ao surpreender-nos.  


quarta-feira, 1 de janeiro de 2025

2025

2025 já começou, e, ao olhar para trás, 2024 foi... bom o suficiente para não ser esquecido, mas mau o suficiente para não ser celebrado com entusiasmo desmedido. Há quem goste de fechar um ano a focar apenas no brilho das coisas boas. Eu? Prefiro ver o saldo realista, com os altos e baixos na balança do moleiro, e um toque de sarcasmo para temperar isto tudo.

Não é que o ano que passou tenha sido um desastre absoluto. Houve coisas boas, momentos dignos de nota e lições valiosas. Mas celebrá-lo como se tivesse sido extraordinário só porque chegou ao fim? Isso não me fascina, é até estranho. Prefiro pensar que 2024 foi um daqueles anos que, se fosse um vinho, seria descrito como “adequado, com notas amargas, mas surpreendentemente suportável”.

Agora, 2025 bate à porta com promessas de ser “melhor”. Vou manter a esperança moderada: que seja apenas mau o suficiente para me dar material para rir no final e bom o suficiente para não me transformar num cínico irremediável. Entre pragmatismo e otimismo discreto, brindemos ao próximo capítulo!



domingo, 8 de setembro de 2024

Estranha Leveza do Ser

Uma coisa que sempre me fez confusão é a leviandade com que as pessoas se separam, se desligam, se esquecem.
É uma realidade que as relações humanas são efémeras, e não me refiro apenas às paixões. falo de relações familiares, de amizades, de conhecimentos inclusive. falo daquilo que em geral se designa por carinho, química, entendimento mútuo, em última análise do amor em geral.. perder as pessoas, ou as pessoas perderem-te. Ainda bem que após essas quebras de ligações conseguimos continuar em frente, muitas vezes de forma difícil, porque o passado é isso mesmo: o passado. Mas é assustador como as personagens entram e saem do comboio que é a nossa vida, e nós temos de continuar a viagem, seguindo os carris para não descarrilar. Estranha leveza de vida! Estranha leveza do ser! Chamem-me platónico, em busca de ideais inatingíveis, mas quero ter esperança de que as personagens que vão a frente na locomotiva, e me vêm muitas vezes num esforço de carvão, fumo e poeira, que essas personagens vão ficar sempre no comboio. 
"Ninguém é de ninguém" e só poderemos continuar a cruzar caminhos enquanto houver vontade mútua. Pessoas da minha locomotiva esforcem-se por não desistirem de mim, eu esforçar-me-ei por não desistir de vocês pois como diz o bono Vox: "the end is not easy as the start"... 

Não desistam das pessoas na vossa locomotiva :)

R.M.

domingo, 15 de março de 2020

A canção do povo



Eu espero que te possas aclamar e reflectir sobre o teu comportamento. Se continuares a ser teimoso com tanta impertinência e imprudência temo que possas ser levado perante a justiça, seja a dos homens ou de qualquer um dos deuses que os governa.
És a geração mais bem informada de sempre. Mas não tenhas medo de dizer: "não sei", "não ouvi", "não prestei atenção", "não sei" (sim outra vez).
Pára. Deixa que a canção do povo seja só uma: aquela que junta vários pensamento singulares em um e nunca a que faz com que uma noção rara de realidade seja aquela que nos toma mais facilmente o coração.
Que se ouça o povo cantar. "Há uma vida prestes a começar quando o amanha chegar"

domingo, 30 de junho de 2019

Quis escrever...escrevi


Quis escrever sobre sobre o que se passou na minha vida social em determinado momento: escrevi.

Quis escrever uma mágoa que só saia em palavras letra a letra no teclado: escrevi.

Depois cheguei grogue a casa com quinhentas ideias na cabeça, nenhuma boa, saiu uma: escrevi.

Dia de trabalho, tão 'violento' que me fez pensar se tomei as opções profissionais certas...quis escrever: escrevi.

Depois escrevi, escrevi outra-vez e outra vez. Pensei porque é que o fazia eee: escrevi sobre isso. E continuo sem saber porquê!




sexta-feira, 8 de fevereiro de 2019

Assustei-me

Vou para casa a conduzir, sozinho e de noite. O rádio começa a falhar e de alguma maneira associo aquilo a uma qualquer cena paranormal do Supernatural. Ora, eu sei que sempre que passo naquele sitio o rádio falha porque é um sitio com fraco sinal de rádio. Mas dei consentimento a minha imaginação e comecei a ver-me numa cena de terror.
Entretanto passei por uma animal morto. Terá sido de um ritual satânico? Tenho quase a certeza que sim (Mas já tinha passado varias vezes naquele local e o bicho já ali estava há dias).
Comecei a ficar assustado, pensei mesmo: "assustei-me". Do nada aconteceu um 'JumpStart' na parte lógica do meu cérebro e comecei a pensar no lado semântico da coisa. Assustei-me, assustei-me...assustei-me? Eu assustei-me a mim próprio. É impressão minha ou esta é a única definição que faz sentido para esta palavra?
Se me salta um gato a frente e tenho uma reacção de medo não posso dizer: "assustei-me". O gato é que me assustou. 
Estarei a ficar louco ou isto faz bastante sentido? É que de repente livrei-me de um episódio de terror e uma morte bem sangrenta.
No meio disto tudo só uma parte soa a verdade: é bem possível que esteja a ficar louco!

domingo, 2 de dezembro de 2018

No lugar certo à hora certa

Eu tenho vindo a escrever aqui várias histórias ao longo do tempo. E de todas as coisas que se podia aprender com cada história é que há sempre uma ou duas que é maior!!
Os grandes momentos da nossa vida não são necessariamente as coisas que fazemos, são também as coisas que acontecem connosco.
Não estou a dizer que não se deva tomar uma atitude para afectar o resultado de qualquer coisa na nossa vida. Temos de tomar atitude. Temos e vamos continuar a tomar atitude.

Mas nunca esqueçamos que qualquer dia, podemos por o pé fora de casa e, a nossa vida pode mudar para sempre. O Universo tem um plano e esse plano está sempre a acontecer: "Uma borboleta bate as asas e então...começa a chover".
É um pensamento intimidador mas ao mesmo tempo maravilhoso. Todas estas pequenas peças desta máquina a funcionar constantemente e a fazer com que tenham a certeza de que acabemos exactamente no sitio onde deveríamos estar, no lugar certo a hora certa.