Encontro em Samarra
Encontro em Samarra, de W. Somerset Maugham.:
"Havia um comerciante em Bagdade que mandou o seu servo comprar provisões
ao mercado, e daí a pouco o servo voltou, pálido e trémulo, e disse: «Senhor,
agora mesmo, quando estava no mercado, fui empurrado por uma mulher, no meio da
multidão, e quando me voltei vi que fora a Morte quem me empurrara. Ela
olhou-me e fez um gesto ameaçador; por isso, empreste-me o seu cavalo, e sairei
desta cidade, para escapar ao meu destino. Irei para Samarra, e aí a Morte não
me encontrará». O comerciante emprestou-lhe o seu cavalo, o servo montou nele,
enterrou-lhe as esporas nos flancos e partiu tão velozmente quanto o cavalo
podia galopar. Então o comerciante foi ao mercado e viu-me, de pé, entre a
multidão; aproximou-se de mim e disse: «Por que fizeste um gesto ameaçador ao
meu servo quando o viste esta manhã?». «Não foi um gesto ameaçador», respondi,
«foi apenas um sobressalto de surpresa. Fiquei espantada por vê-lo aqui, em
Bagdade, pois eu tinha um encontro marcado com ele esta noite, em Samarra»".
Quando é que o caminho pelo qual andamos se fecha à volta dos nossos pés?
Quando é que a estrada se torna num rio com um só caminho?
A morte espera por todos nós em Samarra. Mas será que Samarra pode ser evitada?
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