domingo, 8 de setembro de 2024

Estranha Leveza do Ser

Uma coisa que sempre me fez confusão é a leviandade com que as pessoas se separam, se desligam, se esquecem.
É uma realidade que as relações humanas são efémeras, e não me refiro apenas às paixões. falo de relações familiares, de amizades, de conhecimentos inclusive. falo daquilo que em geral se designa por carinho, química, entendimento mútuo, em última análise do amor em geral.. perder as pessoas, ou as pessoas perderem-te. Ainda bem que após essas quebras de ligações conseguimos continuar em frente, muitas vezes de forma difícil, porque o passado é isso mesmo: o passado. Mas é assustador como as personagens entram e saem do comboio que é a nossa vida, e nós temos de continuar a viagem, seguindo os carris para não descarrilar. Estranha leveza de vida! Estranha leveza do ser! Chamem-me platónico, em busca de ideais inatingíveis, mas quero ter esperança de que as personagens que vão a frente na locomotiva, e me vêm muitas vezes num esforço de carvão, fumo e poeira, que essas personagens vão ficar sempre no comboio. 
"Ninguém é de ninguém" e só poderemos continuar a cruzar caminhos enquanto houver vontade mútua. Pessoas da minha locomotiva esforcem-se por não desistirem de mim, eu esforçar-me-ei por não desistir de vocês pois como diz o bono Vox: "the end is not easy as the start"... 

Não desistam das pessoas na vossa locomotiva :)

R.M.