
Não tem nada de divino ou coisa que se pareça. Mas há luz que incide sobre mim (sobre nós) da qual tendo a fugir bastante. Quando estou a luz eu sou…EU. Como se essa luz brilhasse tanto que de repente quem me olha pudesse ver exactamente como sou, ossos, pensamentos, veias e ideias. Quando assim é sinto-me seguro o suficiente para despejar o que penso e sinto sobre quem me olha, sem pensar duas vezes.
Tenho-me a mim mesmo como uma pessoa cuidadosa por isso alguns amigos me ouvem dizer varias vezes: “não te vou deixar ver-me nessa luz”.
Só me chego a luz perante quem eu ache merecedor de me ver nesse ângulo. Talvez não seja uma coisa boa porque acabo por me reservar muito. Mas também faz de mim, acho eu, mais genuíno perante quem é transparente comigo.
Não queres chegar-te um pouco a luz?
R.M.