quarta-feira, 19 de março de 2014

Pai distante



Ter pai é ter um luxo, luxo do qual felizmente gozo. Mas há quem não tenha esse prazer. Por isso dedico o seguinte texto a todos os que de alguma forma têm os seus pais distantes.

Quando a tristeza não convence, a saudade não compensa e a ausência não dá paz, lembremos que o verdadeiro amor de quem se ama é a coisa mais divina que há no mundo, e viveremos cada segundo como nunca mais...
Porque para quem ama, não será a ausência a mais certa, a mais eficaz, a mais intensa, a mais indestrutível e mais fiel das presenças?

R.M.

Eu sou...

Eu sou um homem moderno, um homem para o milénio, digital e livre de fumo. Um “desconstrucionalista” multi-cultural, pós- moderno e diversificado que é politicamente, anatomicamente e ecologicamente incorrecto.
Tenho sido transmitido e baixado. Eu conheço o up-side do down-sizing e conheço o down-side do up-grading. Eu sou a ralé da vida high-tech.
Estou no topo da linha, na crista da onda. Sou a nova onda, mas da velha escola.
Faço interface no banco de dados, sou biodegradável e venho com comando de voz.
Sou interactivo, hiperativo, e de vez em quando sou radioactivo. Eu estou no ponto, no trabalho, em missão e livre de drogas. Eu não tenho necessidade de coca e velocidade, não tenho vontade de compulsão e purgação.
Estou no momento, no limite, bem no topo mas fora do radar. Um alto conceito, de baixo perfil, de médio alcance balístico. Uma bomba inteligente suburbana, um especialista oportunista.
Sou persuasivo, bem-sucedido de alcance provocador. Um trabalhador furioso compulsivo fora da reabilitação e em negação.
Não me podem calar nem me podem enganar.
Eu sou descrente e um super-dotado, sossegado mas a frente da moda. Franco, simplório, miserável, carente de atenção e de alta manutenção. Tamanho super, de longa duração, de alta definição, de acção rápida, pré-pronto e construído para durar.
Sou prático, espontâneo e instintivo. Prematuramente pós-traumático. Mas eu sinto, sou carinhoso, sempre a curar e a partilhar.
Sou um acompanhante que apoia com laços afectivos.
Estou em posição de venda no mercado de acções e meu fluxo de receita tem seu próprio fluxo de caixa. Eu leio lixo electrónico e como comida de plástico.
Sou do género específico, de capital intensivo e de fácil utilização. Gosto de sexo violento e de amor duro. 
Comprei um micro-ondas em um mini-mercado, e um mini carro em uma mega-loja. 
Sou gratuito, pronto -a-vestir e venho em todos os tamanhos. Totalmente equipado, autorizado pela fábrica, testado no hospital, clinicamente comprovado, cientificamente formulado, um milagre médico.
Eu fui pré-lavado, pré -cozido, pré- aquecido, pré-seleccionado, pré-aprovado, pré-embalado, pós- datado, congelado, embrulhado, embalado a vácuo e eu tenho uma capacidade de banda larga ilimitada.
Eu vou com calma, vou com a onda, com a maré. De um lado para o outro, a velejar e a girar, a mentir e a curtir, a lamentar e a ganhar. Eu não durmo para não perder.
Eu mantenho o pedal no metal e a borracha na estrada. Mantenho-me, não há nenhuma dúvida, eu estou firme.

R.M.

domingo, 16 de março de 2014

Sentido da vida?

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As pizzas são redondas porque são mais fáceis de produzir/cozinhar e arrefecem de forma mais uniforme(mas também há pizzas quadradas).
As caixas são quadradas porque são mais fáceis de fabricar, arrumar e transportar.
Quanto as fatias triangulares...como dividir de forma justa uma pizza redonda de outra forma?

Se calhar "tudo" na vida faz sentido se mudares a forma com que olhas para as coisas.


R.M.

domingo, 2 de março de 2014

Experiência na rede

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Nas redes sociais toda a gente parece espectacular, com uma vida absolutamente incrível! Não te deprimas quando achares que as outras pessoas são extremamente fixes e tu não. É que o facebook trás uma ânsia de partilhar tudo e mais alguma coisa na rede numa qualquer tentativa manhosa de afirmação social.

O que importa é demonstrar todo um conhecimento de experiência de vida que seja realmente vasto e rico! E quem é que diz que não tem uma experiência de vida rica? A resposta: NINGUÉM!


R.M.